Por Marcelo Cavalcante

Há exatos 16 anos, a torcida do Sport comemorava um dos títulos mais importantes da sua história. Foi numa noite de 11 de junho de 2008, uma quarta-feira, que os rubro-negros lotaram a Ilha do Retiro para ver o Sport vencer o Corinthians, por 2×0, e levantar a taça de campeão da Copa do Brasil. Um triunfo merecido pela campanha que o Leão fez durante a competição. Uma conquista que orgulha a nação rubro-negra e, claro, jamais esquecida.

Comandada pelo experiente Nelsinho Baptista, o Sport começou a saga da conquista atuando fora do seu reduto. No estádio Frei Epifânio lotado, o Leão ficou no empate em 2×2 contra o Imperatriz-MA. Na partida de volta, na Ilha do Retiro,  o Sport foi mais feliz e goleou o adversário por 4×1.

Na fase seguinte, foi a vez do Sport encarar o Brasiliense. No primeiro confronto, na Boca do Jacaré, o Leão venceu de virada, por 2×1.  Na volta, outra goleada por 4×1. Mesmo após atropelar o adversário, a torcida ainda tinha o pé atrás quanto ao futuro da equipe na competição.

Pois bem, o duelo mais difícil veio a seguir. O Leão enfrentou o Palmeiras. No primeiro jogo, em São Paulo, os dois goleiros brilharam. Tanto Marcos quanto Magrão fizeram defesas incríveis e seguraram o 0x0. Na volta, numa Ilha do Retiro lotada, o Sport foi impiedoso. Outro sonoro 4×1, com direito a show de Romerito: o meia fez três gols e mandou uma passe milimétrico para Dutra fechar o placar.

Veio mais um adversário difícil pela frente: o Inter-RS. No Beira-Rio, duelo equilibrado, bem disputado. O Sport lutou bastante, mas acabou sofrendo o gol de Alex. Derrota por 1×0 deixou dúvidas. Mas o Leão, em casa, foi valente demais.  Fez 1×0 com Leandro Machado, mas viu o adversário empatar com Sidnei.

O Sport precisava de mais dois gols. Roger desempatou. Torcida empolgada se viu com receio quando Luciano Henrique foi expulso. Mas nada estava perdido. Numa falta de longa distância, Durval, sim, ele mesmo, o xerifão, acertou uma pedrada sem chances para Clemer. O Sport estava nas semifinais.

E não teria moleza. Pela frente, o Sport enfrentou o Vasco. Dessa vez, o Leão teria que jogar primeiro em casa e decidir a classificação fora. Na Ilha do Retiro, o Sport dominou o adversário, perdeu um caminhão de gols e venceu por 2×0. No Rio, foi uma luta. No tempo normal, o adversário carioca devolveu o placar. A disputa foi para os pênaltis. O Leão venceu por 5×4, com direito a cobrança de Magrão e Carlinhos Bala sacramentando a presença do Sport pela segunda vez na final da competição (a primeira foi em 1989, contra o Grêmio).

A decisão foi, como esperada, eletrizante. No primeiro jogo, no Morumbi completamente tomado, o Sport viu o Corinthians abrir a vantagem de 3×0. Um verdadeiro drama. Mas que não abateu o Sport.  O Leão seguiu na luta e conseguiu o gol de honra, com Enilton.  Na época, o gol fora de casa é critério de desempate. E aí, Carlinhos Bala não temeu ao afirmar que aquele seria o gol do título. “O Sport é campeão. Deus me disse”.

No grande dia 11 de junho, Recife respirava a decisão. À noite, a Ilha do Retiro estava um palco com luzes saindo dos refletores e do olhar de cada torcedor. E o Leão correspondeu.  O Sport precisou de um tempo da partida para conseguir o resultado que precisava. Carlinhos Bala e Luciano Henrique fizeram os gols da vitória e deixaram a Nação Rubro-negra em delírio!!!

A Copa do Brasil 2008 é do Leão.

Ficha técnica da final:

Sport
Magrão; Diogo, Igor, Durval e Dutra; Daniel Paulista, Sandro Goiano, Luciano Henrique (Everton) e Kássio (Enílton); Carlinhos Bala e Leandro Machado (Roger). Técnico: Nelsinho Batista.

Corinthians
Felipe; Carlos Alberto (Lulinha), Chicão, William e André Santos; Fabinho, Eduardo Ramos, Alessandro e Diogo Rincón (Acosta); Dentinho (W. Saci) e Herrera. Técnico: Mano Menezes.

Data: 11/6/2008
Local: Estádio da Ilha do Retiro.
Árbitro: Alicio Pena Júnior (Fifa-MG)
Auxiliares: Alessandro Rocha de Matos (Fifa-BA) e Milton Otaviano dos Santos (Fifa-RN)
Cartões amarelos: Durval (S); Herrera (C)
Cartões vermelhos: W. Saci, William (C)
Gols: Carlinhos Bala, aos 35min, Luciano Henrique, aos 38min do primeiro tempo.